quarta-feira, 3 de agosto de 2016

VERBORRAGIAS POLÍTICAS: Entre garrotes e fantoches, afundando vamos

Arreeiaaaaaa!!!

Uma gritaiada desartutida vindo lá de baixo. Bem lá de baixo! De baixinho mesmo... e os garrotes se entreolhavam, se engalfinhavam como urubu 50 no pedacinho morto de carniça esquecida semana atrasada na estrada deserta.

Não tinha jeito que desse jeito. Era pau de dá em doido. Um por cima do outro... outro por cimas do um...cismaram em se dá de socos e pontapés. Tudo por mode de uma arenga boba de quem vai mandar. Mandar neles sim. Torná-los brinquedos quebrados, enferrujados e sem óleos nas juntas - fantoches.

Largaram a gritar no oco do mundo que fulano era melhor, que beltrano não ia roubar, que sicrano ia calçar a cidade. De cá do meu canto frio e desassossegado só via cuspes e faíscas voando feito urubu depois de comer a carniça esquecida semana atrasada na estrada deserta.

Continuei a curiar. Mas né que era um tar de mugido solto nu na noite. Finda a historia, garrote continuou sendo garrote, mais que isso, melado de sangue alheio. Fantoche se assujeitou a ser fantoche. Brinquedo veio. E quem manda, manda mesmo, a ferro e fogo, a lábia e roubo.
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por Luiz Gomes; professor, da rede estadual, ator e diretor teatral

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